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Mostrando postagens de março, 2009

"Que o breve seja de um longo pensar, que o longo seja de um curto sentir, que tudo seja leve de tal forma que o tempo nunca leve." Alice Ruiz

Terça-feira, Abril 19, 2005 Resistentes da cultura e da arte Hoje me vi de volta ao passado. A um passado presente, cheio de alegria e beleza, como há anos não presencio mais. Foi um saltitar de pernas, foram trocas de olhares e abraços apertados cheios de saudade. Os comentários que mais se ouviam era: os resistentes, dinossauros da arte e diletantes da cultura nessa cidade agora sem brilho, nem néctar e nem ousadia. O livro foi lançado, Ciranda dos Tempos, daquela loira de olhos verdes e uma insanidade lúcida, cheia de energia e conta a história de uma cidade que teve seus homens artistas voando alto, soltando verbos, catando letras, solfejando sonhos, aplaudindo as vontades, filmando desejos, compondo paixões, transgredindo conflitos e almejando espaços. Espaços de desejos. Hoje voltei naquele tempo. Tempo em que eu me vi na foto ilustrada no livro, e pensei: fiz parte dessa história também! Eu estava lá meio sem saber o que fazer, dançando com eles e os olhava com admiração e recei

São Paulo

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São Paulo I a noite explode a cidade : espectros sem fim nos corredores vazios das telas de Portinari dialetos e maldições de todos os submundos e todas as línguas na ferrugem dos metrôs e dos trilhos todos parecem cansados a moça ainda bem moça vira os olhos para os semi faróis que a derretem - sexo não importa como unhas retas e tortas longas e roídas no alto do cinza arranham luares e vidraças em busca do azul sob o cinza a febre que resta do dia salta do edifício mais alto e lambe o ventre de crianças no lixo enquanto um violeiro esbraveja como um mouro alado como se fosse mentira como se fosse verdade o néon falsifica notas bentas por becos ou igrejas uma santa resvala a sarjeta e mija no meio fio outra esparramada de tédio lambe o dorso da estátua negra do Trianon todas as matrizes e todas as etnias todas as luzes todas as maravilhas da noite na cidade babam o bafo dos albergues engarrafados nos corpos no canto dos olhos na cantilena dos meninos e seus sacos de plástico a pro

poemas excluídos

Adélia beliscar deus deveria ser o mais recôndito sonho daquele que morre não o que morre rebuscado mas o que morre de susto morre de vez borrifando o mofo de ser deus com círios de húmus solares ele por certo se mostraria em sua mais simples forma de ser inteiro ser meio e talvez

caros amigos poetas e indignados

Caros, Sobre desagravo enviado por Edson Bueno de Camargo ao estudos surrealistas grupos, intitulado "Santo de Casa não faz milagres" contra a afirmação "'cultura além dos coretos das sete cidades", caderno de Cultura e Lazer do Diário do Grande ABC, de 11 de março de 2009 De fato, há anos nos devemos um elo literário regional efetivo, além de consórcios politiqueiros e oportunistas, além de nichos personalistas e narcísicos. Há tempos, também, estudiosos afirmam que o território, dialeticamente, se expressa fortemente em tempos de globalização. Só uma imprensa estúpida não abre os olhos e ouvidos para isto. Mas nos parece óbvio que a reprodução obsessiva do desgastado ícone em pauta e da última tragédia do dia não sustentarão esse lixo todo em circulação. O que farão, então? Ainda, em pleno século XXI, somos obrigados a consagrar nossa vasta e distinta produção literária 'independente' em mídias e revistas e encontros e publicações e em tudo o que se