muito tempo que não venho aqui.

não abro, não posto, não revejo, não tento.

hoje volto, e repentinamente consigo abrir. e postar.


o motivo é a poesia, ainda. e sempre.

fui provocada a escrever um artigo sobre poesia urbana contemporânea.
no convite, ao telefone, a graciosa e atenta emissora falou do blog. eu disse a verdade. como sempre. mesmo sabendo que a verdade muitas vezes não tem de ser dita... eu diria, melhor, talvez, muitas vezes  não deve ser explícita.

num encontro com um terapeuta nos anos 80, ele me disse que eu tinha crise de autenticidade. alguns anos depois, nos pré 90, um mestre disse em sala de aula, ao que rebati com minha quase psicótica veemência, que nem tudo deve ser dito a qualquer pessoa em qualquer lugar.

sim, eu sofro com isto, ou melhor, sofri. não é conveniente, mesmo, dizer sempre a verdade.

no caso, eu disse. não visito meu blog faz tempo, não consigo mais editá-lo, brinquei nos formatos e escolhi o mosaico, eu gosto, é bonito, desconexo e desigual, como minha poesia, mas não mexo mais.


verdade seja re dita: já não sofro com isto há  um bom tempo. chega um momento em que você descobre que nem tudo é tão importante assim; e passei a considerar absolutamente absurdo, a certa altura, eu me contrapor a mim mesma, eu tentar 'melhorar'.

para situar um pouco as opções que vou declarar, lembro bukowski, que disse algo semelhante a : tudo se torna arte se tiver um estilo. um estilo.

então, decidi ser uma ficção, já que há quem diga que 'o homem' ( ser humano) pode ser uma projeção simbólica de si mesmo.

daí, como não relativizar as narrativas, num tempo em que verdade é um anacrônico vocábulo que perdeu o sentido?

num âmbito mais desmitificado, pra falar a verdade, decidi viver em estado poético.

é verdade. a poesia sempre amplia nosso espírito, a mente, os braços, as pernas, a língua, o sexo, a vida

é esse estado poético que pretendo citar no artigo para a graciosa e atenta moça que me convidou a escrever sobre poesia e, no frigir de tudo, me impulsionou a enfrentar meu blog.

Ça y est, Adriana.



à bientôt.

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