que menina eu era


como antes

flutuo nas curvas do sol
deslizo em asas de peixe
e soluço feito doida
diante do corte da espada e
do anoitecer

ainda canto sozinha
e não sei onde meti
meus dedos
nem como sucumbi de sonhos


esfrego essa mão calosa
essas linhas ásperas

onde estão seus mapas
?

num transitar sem volta
tateio o inconfessável
e aliso os bicos dos meus seios

só sei que eles roçam o trigo revolto
e se aninham em leões de bronze
que me olham desconfiados

e eu minto pra eles sorrindo

e desenho vários vórtices no céu das
veias que repousam em tipóias

cantarolo um control c
e os tatuo no meu coração

sem a canção hoje inversa
e etérea
que me concedia o sono

sem a menina que era eu
sem a menina que eu era

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